Consulta pública: certificação de carbono

O BNDES e o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) realizaram uma consulta pública sobre o cenário da certificação de carbono no mercado voluntário brasileiro. O objetivo foi reunir contribuições da sociedade civil, especialistas e entidades do setor para aprimorar as diretrizes nacionais.

O processo contou com 147 contribuições válidas e diversas reuniões com representantes de certificadoras, desenvolvedores de projetos, instituições públicas e associações. A iniciativa buscou entender os limites da certificação atual e propor melhorias institucionais, metodológicas e regulatórias.

A análise revelou insatisfação com a predominância de certificadoras internacionais, cujas metodologias são consideradas pouco adequadas à realidade socioambiental e econômica do Brasil. Entre os principais desafios apontados estão altos custos, barreiras técnicas e a exclusão de pequenos produtores e comunidades tradicionais. Os dados coletados servirão de base para estudos futuros e para o desenvolvimento de soluções que atendam às demandas específicas do mercado brasileiro de carbono.

Algumas propostas e conclusões da consulta pública

Autonomia nacional

Criação e/ou adaptação metodologias de certificação adaptadas aos biomas e práticas produtivas brasileiras.

Integridade e inclusão

Maior participação de comunidades tradicionais, agricultures familiares e redução de custos com integridade no processo.

Credibilidade internacional

Fortalecimento da aceitação dos créditos brasileiros no mercado global, atraindo mais investidores.

Números da iniciativa

30,5 Gt CO₂

Potencial brasileiro de geração de créditos de carbono até 2050. (Fonte: BloombergNEF)

75%

dos créditos de carbono gerados pelo Brasil até 2050 podem vir da prevenção do desmatamento. (Fonte: BloombergNEF)

US$ 120 bilhões

Estudos indicam que o valor estimado do mercado global de carbono em 2050 será de até 120 bilhões de dólares. (Fonte: BloombergNEF)